Existem dias de dissolução:
silenciar o caos, desatar despropósitos, abrandar os atos,
discernir rios como quem separa joio do trigo:
sentar à margem, lavar o coração; roseiras tem espinhos:
curar as mãos. Observar o tempo do cultivo, desanuviar os quereres:
atuar sobre as próprias escolhas das vontades, bussular direção.
Consentir e não consentir. Jamais esperar, fluir.
Retornar a água, não reverberar as pedras dos passos, acreditar
no mar, deixar a dor nas cascatas, seguir sem permitir que te estanquem
sabendo perdoar, a dentro e a fora, os acidentes das formas.
Até refletir, do horizonte, o sol forte.
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