Meu texto
c
a
i
u de mim
rolou margens a fora, ultrapassou a borda
perdeu a beira
foi beijar a onda que mareia
d i l u i u
d i s s o l v e u.
Sem texto, sem forma, sem conceito,
sem pretexto para defender um texto,
sobrou eu, vingou eu, aconteceu eu.
O eu poroso que não absorve, inunda.
O eu sem pauta, que fala sem precisar da letra.
O eu que toca, o eu fértil, o eu que transborda.
Asa liberta do trajeto, corpo aberto sem mistérios,
pacificação de um deserto, horta,
contemplação dos sentidos, bem-vindos.
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