Eu não preciso defender o meu Deus
para amar toda divindade, forma de fé ou ateísmo
– eu sou o cético e o devoto.
Eu não preciso das fronteiras das raças
para amar todos os tons de pele
– eu sou branca, sou negra, mulata, japonesa, albina, um arco-íris.
Eu não preciso das bordas de um rótulo que me difere,
eu amo minha existência, minha genética é mais uma unicidade bonita
– eu sou down, asperger, autista e todo e qualquer compêndio neurológico.
Eu não confundo padrões com sexualidade e realização afetiva,
com discursos que deformam a dignidade dos pares
– eu sou homossexual, bissexual, heterossexual, transsexual.
Eu não tenho falta de vida, eu não preciso de piedade,
assim como você eu faço o meu caminho
– eu sou câncer, sou soropositiva, sou esclerose mútipla, e sou além dos meus sintomas.
Eu não nasci com defeito, quebrada ou esquisita,
nada me segrega, nada diminui minhas conquistas e integridade
– eu sou cadeirante, cega, surda, muda.
E eu amo, indiscriminadamente, tudo que sou,
porque sou em mim o universo.
Autodeclaração universal

Deixe um comentário