Existe um ponto do caminho em que não há no que se fiar: nada para trás lhe diz de si, e nada a frente há no que se mirar. Neste ponto é como olhar a vida do alto da colina, linda e bem-vinda, com seu raio de percursos, todos eles desaguando no mar.
-Ê, pai, por onde quer que eu vá, cedo ou tarde chego lá…
-Ô, filha, tens nos olhos o rastro do peixinho…
Existe um ponto do caminho em que se dissolvem os desalinhos, e apenas a gratidão é o que há. O amor jorra em seu peito feito água que desenrola, e a única certeza é que tudo é exatamente como deve estar.
-Ô, mãe, enfim eu vejo meu reflexo nessas águas transparentes…
-Ê, filha, são teus olhos que se deixam clarear…
Existe um ponto do caminho, em que não há ponto no caminho, e os pés não se deixam em dúvida se pegar.
Deixe um comentário