Para não faltar prosa nem poesia

- Bem-vindo, seu moço, pode entrar. - Não sei que ventos me trazem, mas sei dos ventavais deixados atrás. - Ih, se vê nos olhos que seguem turvos mareados de temporais em alto mar. - Vim só e marcado pelas desembarcações que tive que enfrentar. - Somos sós, seu moço, eu que vivo de colheita... Continuar Lendo →

Para seguir em paz 

Das duas margens onde o centro é encontro do passo em rega das mãos ao laço, o caminho: o gesto do mútuo cultivo: amar é sair da margem.

Para o tropeço da distância

Tem dias que gerenciar uma saudade é do departamento das coisas inadministráveis. Dizem que ao que não há remédio... ah, deixe me cá com minha saudade, que remédio o que para o que me é sagrado! Fico eu com minha saudade enquanto a presença me vier ventada que a alegria é sem borda onde até... Continuar Lendo →

Para desconceituar o desamor

Amor não se dá nem pega embora árvore, plantação, jardim. Amor não se prova, certifica, autentifica embora senhor da troca, embora solo e múltiplo fértil. Amor não fica, é. Amor não depende, unifica. Amor não mede, expande. Amor não fere, cura. Amor é essência outra, para além dessa que tipificaram de amor.

Simples

Pouco, tão pouco, e raro, caro ao que se precisa: silêncio, vitamina da calmaria, carinho, tecido dentro dos possíveis, entendimento, no diverso e no que aproxima, entrega, ao que é e ao tempo escrito. Pouco, tão simples, valioso, o sorrir e o olhar que harmoniza. * imagem: Cris Ebecken

Para encontrar

Achar morada requer o caminho do templo de dentro. A lente que reconhece o sagrado é a do sentimento. Incansável em si, na troca, no derramamento, com seus contornos de simplicidade, com as relíquias livres ao vento. Cultivar morada requer o passo atento e coragem na lança do pertencimento. O toque que reconhece seu templo... Continuar Lendo →

Fora da margem

Do outro lado da margem da esperança canta uma brisa que trança a lógica incomum dos sentidos. Ela tinge os espelhos com as palavras que comungam nos silêncios. Ela cala os cinzas das pausas lembrando o que permanece em movimento. O reverso das distâncias, a métrica ilógica da confiança, o contato, com tato, ela dança.... Continuar Lendo →

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