Um filete de rio ácido
escorria adoecendo as margens
do entre-tato do entre-ser
da epiderme com o mundo.
A pele feito pétala
escaldada no deserto
se esquecia do que era,
desbotava como nuvem.
Mas…
Moinhos de palavras e atos
infecundam quando lutam
contra a graça e a coragem,
e infortúnios não perduram
onde o pólen é vir a ser.
Passam acidentes geográficos,
abismos, trovoadas,
recombinam elementos,
torna a fóssil o retrogradado
e se re-conflui como existência.
Porque…
Águas doces fazem cascata
de força irrefreável
ao que pedra, secura, espinho
algum é capaz de calar o pulso,
o passo e a fertilidade.
Obrigada, Cris, pela beleza e força que transmite o seu poema. Foi bom lê-lo ao acordar, nesta manhã (UTC+1) que se anunciava cheia de nuvens interiores.