Do renascer, deixar por terra os ossos que não sustentam mais. Despreender-se das marcas na pele ao invés de cultuá-las, liberar os tecidos. Amar cada molécula despida, pela graça e pela promessa de como reagregarão. Salgar os olhos, amaciar os dedos. Enterrar as solas sem velório: posso despojar-me, obrigada pela caminhada, por ora sigo em... Continuar Lendo →
De costura, ou, para não faltar pano
O tempo perdido corrigindo ao outro, poderia gastar amando. Poupe. Poupe o puir do tecido, deixe as linhas em trança. Tecido ruído, fim de ciclo: agulhas cansam. Desbotadas cores, seguem as linhas soltas. Costura boa, tem açúcar na trama, convoca bordado, convida elástico: é bem cuidada. Dá ali espaço para ser solta e bem marcada.... Continuar Lendo →
Ossos da vida 03
Escolhas não são feitas a lápis: não tem borracha.
De metáfora e melodia 01
No mundo do tudo pode ser, passarinho não se leva igual baqueta.
Insights Itinerantes 14
O invejoso, o ávaro, o de si seco, está sempre tão enrolado em seus papelões, gestos e palavras de farpas, que por que com seus papéis desastrosos se importar?
Corriqueiras Alegorices 3
Nenhum passarinho quando sai ao voo tem a garantia de não cruzar com um gavião. Saia assim mesmo! Voe! * Autoconhecimento com ferramentas inovadoras: http://www.rashuah.com.br. Eu pratico!
Por ser mulher
A força que não bruta mas labuta sobre as veias de um fazer em curso que não cala e não seca e não se esvai ao ralo mesmo quando a resistência é desértica. A doçura que abastece em rega desde as pequenas coisas às maiores escolhas e não se destece um viver que é de... Continuar Lendo →
De beber e entornar
Deserto não há, o deserto em si é do medo a miragem, onde barcos tendem a naufragar. Maria era curandeira, e escondia as mãos feito crime. Sarah era educadora, e se prendia as mesas administrativas. José queria o amor, mas contornava seu ímpeto de tocar a campainha. Rômulo sonhava novas engrenagens, mas se mantinha a... Continuar Lendo →
Insights itinerantes 9
Deixar-se ir para em rir renascer: ciclos.
Do verbo Amar 1
Amar é barco solto, corpo entregue a flutuar ao rítmo e tempo da mansidão.
Enarmonias
Ele em pé, no centro do vagão, ressoa em suas notas graves: - Ô moça! A música é algo mágico, não é mesmo? E eu em meu sorriso tímido, agarrada ao instrumento no banco do vagão, vibro minhas cordas silenciosas: Os encontros são a mágica que nos devolvem por diferentes notas à música do amor.
Insights itinerantes 04
Quando entre dois caminhos, um te pauta em verdade outro te descaminha. Escolha: por onde o amor calça.
insights itinerantes 03
Todos os ensinamentos dos primários aos mais profundos tocam suas músicas nas sutilezas do mundo. A vida está em tudo.
insights itinerantes 02
Do verbo compartilhar: com partilha, limites e espaços são bem-vindos. E para quem não sabe compartilhar? Sem partilha, umbigos sozinhos. Para quem escolhe amar: compartilhe.
insights itinerantes 01
Não é preciso ser nada, se É, e isso basta.
Talvez o verdadeiro otimismo seja simplesmente aprender a olhar a tudo pelo ganho do aprendizado... E talvez esse otimismo seja o exercício da liberdade.
Da serie: voar só se aprende voando – 1
Talvez o vôo livre mais largo Seja esse mergulho crédulo e suave Feito de ponta-cabeça De quem se entregue a acreditar Sem nenhuma sombra de garantia - o ensimesmado, o ato, o gesto, esse verbo amar.
Mareios
Ana já estava ali há mais de uma hora. Sentada no alto da pedra, camuflada com o canto da praia. Seus olhos haviam pairado e absorvido tudo que se extendia ao alcance. O cansaço nos olhos mesclado com o relaxamento do sol na água. Era como se todos os sons a ocupassem e diluissem ao... Continuar Lendo →
mil redenções em uma linha
Gratidão não acende velas, se estende a luz que vem dela.
infanto-alforrias
Pedro cresceu ouvindo: ah, mas ele gosta tanto de você, não faça assim com ele. Maria, toda vez que chiava, ouvia: você tem que ser boazinha, ele tem problemas. João, toda vez que chorava, mandavam ele tomar vergonha na cara. Sandra, um dia tentou pegar uma borboleta, e sem querer lhe arrancou a asa. Vitor,... Continuar Lendo →
o sentido
O sentido é assim: não conceitual. Você pode passar uma vida inteira o procurando. Pode brincar de pescaria com ele. Pode inventá-lo e pixá-lo nas paredes para garantir que o tenha encontrado. Pode, inclusive, fantasiar-se dele. Ou quem sabe, mesmo, sustentá-lo, como bandeira, pátria, grito, estilo, título, currículo, filho, papagaio. E se for por aí...... Continuar Lendo →
um só eu e tantas elas
Clara admirava os raios, mas fechava os olhos para as trovoadas. Ana via o mundo como uma dança, mas não sabia como festejá-lo. Para Joana, amor era comer em lascas. Toda noite Clarice espremia o passado no espelho. Marta sonhava o sapo que não teria. Maria queria mesmo fugir numa espaçonave. Para Cecília, par era... Continuar Lendo →
pequenos milagres
I Para cada dor há um desenlace. II Todo personagem pode um dia cansar-se do palco. II O invisível pode ser possível aos olhos. O indivisível é o amor com que se olha. III Quando se esvazia, transborda. IV Para toda valsa há dois pares de sapato, calçando que se valsa. V Êxtase... êxtase é algo... Continuar Lendo →
por novos e melhores ciclos
- Papai du céu, - Que foi, minha filha - imagina - Eu pometu num mi iscondê dibaixu da cama Chora um pouquinho, de levinho, respira fundo, enche o peito, segura os dedinhos, continua: - Mesmo si o medo di tomá bonca fô gandi. Mesmo si achá qui num intendo. Mesmo si o monstu fô... Continuar Lendo →
aguaria
Existem dias de dissolução: silenciar o caos, desatar despropósitos, abrandar os atos, discernir rios como quem separa joio do trigo: sentar à margem, lavar o coração; roseiras tem espinhos: curar as mãos. Observar o tempo do cultivo, desanuviar os quereres: atuar sobre as próprias escolhas das vontades, bussular direção. Consentir e não consentir. Jamais esperar,... Continuar Lendo →
classificado emocional
PRECISA-SE de olhos limpos para aguar sem turvar / para conquistar sem anoitecer / para amar sem ciscos. PROCURA-SE poesia de lagoinha que amansa tanto expande / que se declare no que derrame / que se aprofunde no que irriga o mundo. ENCONTRA-SE sutil gesto tão doce quanto próximo / tão leve quanto íntimo / tão... Continuar Lendo →
sobre verdade – 1
A verdade quando vem não deixa um fingimento em pé... verdade gosta de gente nua, encara certeira não dá brecha de desvio de olhos, ela é - e na frente dela você é, é o que é sem lingerie ou esmalte nos dedos bem verdade, a verdade prefere unhas curtas, diz que é afinada,... Continuar Lendo →
(entre cílios)
Repara como o amor arredonda o gesto dos olhos...
Dos tremores
Sem abalos sísmicos, faz favor. Era tudo o que o filete de doçura bruta tinha a revindicar como trato. Coisa tão fina quanto o vôo de um passarinho, certeira busca sutil sem mapa - boas doses de prolixia servem na medida do necessário para desnortear o raciocínio e subjulgar tudo aos sentidos. Embora quanto labirinto não se invente... Continuar Lendo →
Na sala do então
- é que eu só sei viver de combustão... - então de metamorfose em metamorfose há a combustão? - é essa coisa de mansidão quente. - então é um invernar por primavera? - talvez cansaço de pescador de outono... - então que querer é esse?! - uma verdade corajosa que acolha?...
Meninice Grande
"que o esplendor da manhã não se abre com faca" (Manoel de Barros) Escondido no lugar dos lugares do comum, tentando burlar o labirinto, o menino treina com seus sonhos. Nove, onze, treze anos... que importa? É um menino que pensando em um dia ser alguma coisa de gente grande, procura aonde pode ser grande... Continuar Lendo →
Gastar o Velho, Nascer o Moço
"Deixo tudo assim não me importo em ver a idade em mim, ouço o que convém. Eu gosto é do gasto."* Receita médica no spa das fugas: Acupuntura, agulhas milimetricamente posicionadas nos bloqueios das contas impagáveis. Litros de silicone para preencher o amor bebido. Botox para paralizar velhas expressões. Ansiolítico para o bruxismo das preocupações fantasmas. Drenagem... Continuar Lendo →
“contratos feitos com o tempo”
Eu sei, você não se deslocou até aqui para sentar na minha frente e ouvir o velho blablablá de todo o sempre lançado por qualquer boca. Eu sei, eu sei, não precisa me olhar com esses olhos de mistério, nem estufar o peito como se tivesse prestes a receber uma notícia mortal, ah!, nem esse sorriso guardado como se... Continuar Lendo →
Das urgências de um TRIIIM
Alô. Amiga? Por deuses, ai, você atendeu! Não, não, tá tudo bem. Quero dizer, melhor! Ai, chego a estar tonta. Precisava te contar... péra, quieta, deixa eu falar, caramba! Bem que vocês andaram me falando... eu sei, cada uma com um jeitinho... eu sei, eita, já disse, não levei nada a mal... eu quero agradecer,... Continuar Lendo →
Entre o sofá e a poltrona 1
Chegou na hora marcada, pela porta aberta ao toque dirigiu os passos ao sofá. Mal sentou o outro na poltrona, sem tempo de perguntar-lhe como foi a semana, e a boca jorrou: - Saquei! Saquei tudo! Bem que você me dizia para enfrentar minha insegurança! Agora há pouco, no caminho, vi dois velhinhos no metrô. Os... Continuar Lendo →