Liberdade é casaonde o cantovoa alto no carinho.Ninho é onde o coraçãocasa com o assobio da vida.Lá no alto da florestaou no meio da cidadepassarinho é quem se constróicom sinceridade.
Pequenas epifanias em acordes 3
Um balanço de mar liga a noite e o dia em que a melodia descansa na entrega de que no por vir o sol sempre canta.
Pequenas epifanias em acordes 2
Derrama nota a nota no paralelo das cordas os acordes que acordam o arco entre o sentido e o toque a transpor a uma vibração maior o que harmoniza e retonaliza a vida. Viver é uma canção.
Leito de entrega
O que enche se esvazia, o que se esvazia se recria. Nenhum calço de paralelepípedo toca a magia de viver como um rio. Nenhum molde de domínio cerca ou seca a força do canto em realinho. Aos desvios, a entrega a dança com o universo. À mutação um brinde de estrelas entre os pés e... Continuar Lendo →
Inteirezas
O nu de si é mar. Ondulação de sal e tempo guiada pelos braços do sentimento. Sol que aquece o horizonte não mareia, abraça o abraço da existência. Em ritmo, tudo que aprofunda desmargeia, o ego fica em vestes na areia enquanto o ser renasce sem fronteiras.
Pequenas epifanias em acordes 1
A alegria é senhora a tecer nos passos o pulso, o compasso, as notas.
Peneira
Vazio seco, vazio aguado, vazio doce, vazio árido: as pontes de passagem do ser e do nada. Onde tudo é e deixa de estar: são vazios, vazios sãos. A essencialidade do vazio pela vida germinada: a sombra e a luz não duram mais que um passo e o vazio torna a preencher.
Do verbo Desabrochar
A flor que desabrocha segue a rota assimétrica de seu próprio tempo. Fora de catálogo, não cabe aos dedos que a forçam, não agrada muitas vezes aos olhos, parece estranha aos quereres. A flor que desabrocha é generosa em sua própria trajetória, oferta como pode, vence a aspereza da noite sem nada buscar em troca.... Continuar Lendo →
A Métrica
Com o passo de quem não passa e prefere dedilhados sãos na cadência que segue e assume a própria afinação se abre pétala a pétala o tom. Toca pelo o que não pausa e não fere e encontra na alma o que transpõe amplidão.
Na pauta da vida
Disciplina é rítmo. Respeito, ao andamento. Tensões pedem o retorno à base. Transpor é adaptabilidade. Simples, e nada simples, a música da vida: inesgotáveis matemáticas.
Nós que aqui ficamos, por nós nos transformamos.
A vida é um cadência de saltos, sobressaltos, reposicionamentos. Respiro longo e breve, suspiro profundo do agora. Uma sucessão finita de portas e janelas, que escolhemos quais abrir, quais que se fecham, por quais entramos. Logo ali, por garantia única de quem vive, o silêncio cardíaco que nos encerra e leva à balança, o que... Continuar Lendo →
Quinto Compasso
Natural quetendo devolvido a bossa, a vida devolvesse o mar, tendo reintegre as notas, reintegrasse sol e modular no cais do compasso náutico onde o horizonte transpõe acordes do acordar.