Um filete de rio ácido escorria adoecendo as margens do entre-tato do entre-ser da epiderme com o mundo. A pele feito pétala escaldada no deserto se esquecia do que era, desbotava como nuvem. Mas... Moinhos de palavras e atos infecundam quando lutam contra a graça e a coragem, e infortúnios não perduram onde o pólen... Continuar Lendo →
Insights Itinerantes – 23
Não ser grande é a maior sabedoria que cabe em uma criança.
Gestante Ilustrada – 3
A menina, a mãe, a terra, jardim para colorir até a árvore florescer e germinar o reinício.
Gestante Ilustrada – 1
Um broto de sol plantado na barriga cresce enquanto faz acrobacia. Espicha, vira de ponta cabeça, anuncia estar chegando com o brilho das estrelas.
Quem mata a mata, queimada
A mata que incendeia o descaso, o violar da cadeia, a fumaça, o pesaroso alastro de uma ganância parasitária do sorver sem corresponder a fertilidade da água do subtrair sem respeito a pluralidade da terra. A mata violada pela ganância a fumaça pesarosa da preponderância o alastro do sorver da terra por subtrair no descaso... Continuar Lendo →
Passa-Ninho
Liberdade é casaonde o cantovoa alto no carinho.Ninho é onde o coraçãocasa com o assobio da vida.Lá no alto da florestaou no meio da cidadepassarinho é quem se constróicom sinceridade.
Esperança
Com um olho aberto, outro fechado, meia a luz, meia a sombra, entre o seco e a umidade as raízes bem plantadas, sem sequer a noite esquecer seu nome: reina a jovem Esperança. Ao ressoar de trovões e tempestades e com envergadura ter de dançá-los, ou ao queimarem áridas as destemperanças que o vento carrega... Continuar Lendo →
Do essencial
Tecituras de areia são beiras de espuma: desmancham, se rearrumam. Onde começa e como findam, muito pouco interessa. De água é o que penetra e fecunda desmargeando na nudez da vida. Interessa então o que esparrama, que por engrandecer é livre, par de asas assincopado na escritura uníssona que costura o existir entre o céu... Continuar Lendo →
O canto do vale
Resguardado em um vale de acesso difícil, corria um rio conhecido nos povoados a volta, por revelar-se uma mulher d´água. Contavam as pessoas debruçadas das janelas, que sem calendário ou estação exatos, assim como de presente, de inesperado, acontecia da mulher se erguer modelada da água quando o rio cantava uma canção. Linda, doce, gentil,... Continuar Lendo →
Leito de entrega
O que enche se esvazia, o que se esvazia se recria. Nenhum calço de paralelepípedo toca a magia de viver como um rio. Nenhum molde de domínio cerca ou seca a força do canto em realinho. Aos desvios, a entrega a dança com o universo. À mutação um brinde de estrelas entre os pés e... Continuar Lendo →
Abundamentos
A simplicidade que margeia vem da rega inesgotável polindo pedra, adoçando o leito. A existência, como rio, é um canto de infinitas vozes. Entre ser peixe e ser passarinho, escolho ser árvore na floresta.
De mato verso e prosa
Entre cheiro de mato e gabriela, água doce e pés na terra, um céu estrelado transborda a renda das árvores feito bebida que o peito esquenta.
Pequenas epifanias em acordes 1
A alegria é senhora a tecer nos passos o pulso, o compasso, as notas.
O beijo do universo
- Olha, uma mulher voa no céu. - Nossa, ela é feita de núvem. - Repara, parece que olha a frente enquanto o vento sopra seus cabelos. - O peito iluminado parece que faz dela ainda mais leve. - Que loucura... - Quanta liberdade! - Será um sinal? - Ela sorri. Ela sabe onde vai.... Continuar Lendo →
Com o mar no céu
Na exuberância da transitoriedade, a constância é a mutação lunando os sentidos com generosidade. Vê que gentil o que a vida abre toda vez que a brisa feito o mar passa, e não se tem como carregar núvens como pedras na mala. Uma estrela amanhece, uma lua desagua.