Não diga o imprópriopostulado de própriopelo despropósito de calaro fecundo e tornar inóspitoa força, o pulso, a rota. Diga do própriopelo propósitoda diferença no mundo.Não embolore.
Matriz
Mãe maior que a raiz não há;nela os segredos, o broto,as folhas, o fruto, a curapelas curvas entremeadas do tempoo negro útero que tamboreiae ilumina os sentidos do mundona renda sagrada da existência. Raiz das raízes, terra na terra,aldeia: berço. Pobre quem não te enxerga, pequeno;rico quem te reconhece e no pertencimentoagradecendo te leva. Girem... Continuar Lendo →
Água de deitar
Corpo em corpoé barcoimergindo, emergindo,silhuetas, síncopes,termal, molhado,no poente transladoda embarcação deitada. Mas… Onde deságuacom afeto em brasatorna todo em todo:dissolutos corpos.Imersões, emersões,deleite alagado sem bordas. Do corpo à alma.
Bufo
Escangalhado espalhafatoso umbigode voltas grandiosas de voragensem coroado egoísmo por ourives de si mesmo,como é de tão branco, pobre,de tão raso, tóxico,se instituindo reinado alheio a trocanas gozadas vãs da própria imagem.Imprópria criança aprisionada em adulto dormenteenquanto tu não te acordascansa tudo que teu rastro tocae se desbota.
Contração
O dormente embrião de quem se foie não mais o é, inábil, desentendido,torto de pouco viver, pueril destemido errante,pesa quando se carrega, porque não se enterrapor se recusar a crescer. O estranho orgulho de quem o cultivaamarra um pé primitivo à tronco cortado,coloca em altar desejosas feridas:se atrofia. - Findar-se sem acontecer? Para nascer, é... Continuar Lendo →
A fronteira
Puiu os calçados, abriu bolha,fez calo, alcalinizou o que a vida deu de não,gemeu, zangou, até chorou,chegou a parar na beira a abrir mão. O telefone sem fio da vidanão tem quem fale ao ouvido,é zumbido alto, ruído,vento sacudindo a conexão. Seguiu… Foi até a fronteira de si sem ver o mundo,encontrou fronteiras no mundo... Continuar Lendo →
De acordes, ou para que
Morre quem suas lutas oculta,ou cobre de inverdades as lutas dos que lutam,posto que se esgotanas pequenas covardias o queo sentido de lutar esvazia.Mesmo que rale a gargantaa retina, os ossos e a poesiao leal em si tem propósito,não sangra carne, sangra o que embota - Vai com tua alma de espadadar a mão aos... Continuar Lendo →
Oracular
Fina misteriosa afinaçãode rara costura única,o que se procura pode achar?e se achar pode querer?e se quiser vai se permitir? Estala o coraçãoa chama que não tremulapor refinada oraçãoo ouro se por na vida bruta. A profundidade dos encaixesnão é qualquer um que ocupa.Quantos sinais são necessáriospara chamar de verdade? Rendada lua crua,a prenda é... Continuar Lendo →
Paz-Ciência: Paciência
É certo que a noite descee turva em desertosob céu sem estrela,escurecer é para todos o acerto primeiro.É certo que saber-se só estremecee inexato e curto e que fenece - Não corra tanto, menino sem jeito,que correr não cura medo nem erro,correr é que é o defeito. Todo grão de areia se arruma até a... Continuar Lendo →
Em preto e branco
No pedregoso labirinto das doresdesencontram valores, desatam em sóso que se prende em miudezas por miudezasna não sinceridade dos duelos. O que quebra cabeçasdesencaixa por distâncias despropositadas:quem muito se estica, quem muito se amassa,quem muito silencia, quem com a fala massacra.No labirinto das pedras separadas ou atiradasa dureza temerosa se serve do viver na bordatorna... Continuar Lendo →
De Aceites
O lugar exato do que morre e do que nasce,do que dissolve e do que floresce:o aerado imperfeito fecundo da terrapor onde a água nos vazios penetra:Quem não se esvazia endurece;Quem não aprofunda não vive;Quem tomba, desmancha, transforma tem poder de entrega. De aceites é o caminhar.
Livre
O movimento que toda certeza dobrapara livrar aspereza e encontrar borda,corta fora a cabeça dos saberespõe farol no que toca o sentido;esvazia a cama de adormecer no velhopara fazer colchão na descoberta.Não se caminha para o que deveria ter sido,se goza ser o que é e que à vida dá motivo.
ROSA
Brilha na tinta da retinao que preenche de graçaao abrir do caminho.Conspirações do sagrado,porta de casa para o sentido,rendado laço curativo,rosário.Os passos que me trouxeramem contas circularesda escuridão me desviaram;Chegam etéreas mãos dadasno acordo da coragem.Ver com o coraçãoé como ouvir de olhos fechados:mar ao inegável.
Anos depois
Ainda que covardementea beleza seja feridapela voragem impiedosaou rasurada por enganospodres de falsos reis,ainda que a ingenuidade sangreperante abusos e assédiosde benfeitores malditos,é direito que volteque se tome de voltaa luz graciosa que os sentidos coloree que é própria.
Boom
Botar a vida no tromboneo sopro, o grito, o suor, o risodescalar os vazios antes preenchidos arrítmicosfazer contato tato tato ato.Brotar na boca o sompara não passar a vida de tromba na sombra.Botar o pulso no chãopara cortejar o que faz sentido.
Pérola
No mais profundo íntimo, a penetrabilidade:poeira do outro na condição das miudezas.A ostra que navega, não é só pérola,é de um todo inteira:rebola no seu interiorfarpa, pedra, abandono, frieza,de ralar, de ferir, de tirar proveito - e ainda assim miudeza:graúda pequeneza que bobeiamas que a ostra elabora a valor maiorpor ela.Perolada vai por si abertadona... Continuar Lendo →
Antídoto
O tempo puindo discursos muito enroupados,revelando não fronteiras de soldadosmarchadas pelo poder ou imagem ou espaçoreduzindo a pele a desértico nadana da naa daa naaa daaaautista eco ecolálicoáridoseco, disfásico, traumáticoe rotulado líquido, líquido esvaziado?corroendo o esqueleto dos sentidosnão lubrificando as articulações do sentimentopandêmico descontato, desmatamento,sarna de carência para coçar em solitárias…mas ela, cadê? Ninguém viu,... Continuar Lendo →
A ciranda das mãos separadas
No vazio circular do umbigo, tum,em errante compasso descasado repetitivoRonaldo sem olhar, sem ouvir, falando de si,Junia se esquivando de tudo que negue a fantasia, ca tum,Luís das feridas de todos debochando para se cobrir,Soraia desfilando textos humanitários desumanizando, ca tum,Lucas inventando intrigas por competição,Fabiana derramando desculpas para ferir, ca tum,Joana de fora com um... Continuar Lendo →
De rodar
A roda quando se esvaziaroda a noite da Joanaroda a solidão do Joãoroda a desesperança da Mariamingua como fecha um anodorme o coração peãono movimento que silencia,descostura os passos das pessoas,deixando em suspensão Sofia:cheio aceno de mão ao vazio,vazio burburinho de alegria no chãoaté que a roda novamente gire.
Azulare
Mar ao fundo, maréliberta, transformadada densidade do obscuroà suavidade abertado horizonte limpo. Água grande navegafarto céu de entrega,alto vai quem se enxerga,e se enxergando sabenem grande, nem pequeno,médio ao exatode beleza e imperfeiçõesinteiroao vôo profundo de encaixe.
Ler por dentro
Ser a alturada intençãocom verdade:lealdade. No amor a coroaaguando ourocom olhos limpospara os mistérios abrigadosque os soprosencontram e embalam. Ler com coerênciaas trilhas do sentimentosob a noite ou céu claro:lealdade.
Musicalmente
Acorde a acorde gotejaà dentro pelo espaçosmais profundosda pele, do corpo, por ondeuma sonoridade de esperançainunda no sentir e fecundaas possibilidades do peito.As notas pousam e voamno natural dos encaixespelo prazer harmônicode sons em cachoeira.
Desbeira
Grão a grão das perdasempilhados em dunabloqueando o caminhoes co rre ram as costasfeito nó retirado da cachoeirapara onde a vidade sem bo cana boca do novo meio-diasem vírgula na asasendo na alegria casa. Parece precipíciomas é princípio,maré de ser.
A Força
Não brutaenraíza no desejo.Não fantasiosailumina pela inteireza.A força como é: força,vontade de ser em simorre, renasce,fecunda, parte,age na coragem,goza.E tudo se recria.
Na Íris do Infinito
O finito dentro do infinitocosturas suas curascomo quem trata longas tranças:paciência, aceitação, ternura.Dissolve o que puiu por não render,renova o que se valora por ser.Quando o céu tem seu canto para assobiarpenetra pela pele não só pelas orelhasescancara na janela do peitoe são todas as divindades falando à face: - a vida quer você.
De Água Doce
No largo lagodo fundo peitogotejauma esperançade mansa mansidão. Gaga pulsaçãoem eco nadapela longa águade fonte na comunhão. O que é doce não seca.O que é de água segue.
Desvalores
De vidro, porcelana, plásticoo vazio frio do pratocom caldo ácido de palavraricocheteia na fomede cesta básica do respeito.Um feijão, dois feijões, três feijõesna pressão, no gatilho do garfo,multiplicados no ronco do estômago,subtraídos a conta-gotascomo caça níquel devorando a vida.
Declaratório em Miudezas 3
A forma dentro da formaou fora, desentortao embotamento da tez,se liberta, se recria, se abre a nova,pinta o respiro, planta brisa, anunciaem reflexo do sol entre as sombracelhas:o possível melhor no por vir. Abrir os olhos, dar-se a chance,deitar horizonte ao sentir.
NUDES DESPOP
Na face retorcida da esfinge que me habita uma princesa de sujas botas comemora todas as saídas de partida. Os cachos descabelados no espelho vermelho do lago da vida brinda a mulher de laço sem fita. Mundo, mundo, quem estará ao passo? E a quem na curva da estrada desponte: ⁃ Alto lá, venha apenas... Continuar Lendo →
A Roda da Água e do Fogo
Para quem muito ou pouco aposta,a boa aposta é onde nunca apostou.Para quem rema sem fio o horizontea ilha é ponte, respirador.Para quem calejou de dorde aposta no vaziode meta sem lançade sonho no nubladoo abraço é o lugar mais macio.
Declaratorio em Miudezas 2
DECLARATÓRIO EM MIUDEZAS 2(crisebecken.com) Do lado de dentroos tamanhos reagrupampelas proporções da cura:nem um litro de venenovence uma grama de sinceridade,nem todas as espadasliquidam a verdade;todas as vezes que feriramquem seguiu em si ganhou a luta,cego é o covarde quea própria sombra na luz oculta,em paz o coração é asapara quem trilha como formiga. O... Continuar Lendo →
Da Vincela
Ao natural, sinuosamenterepletas de desejos, texturas,sabores, pêlose costelas(jamais feita de uma delas),tão unicamenteespaço própriode escolhas, cultivos, germinânciasdos quereres expressos ou a manifesto,tão completas.
Declaratório em Miudezas 1
No bico do sabiá, vento alto cruza o mar,chega à asa do bem-te-vi, vira salto amador,escorre em chuva pelas folhaspenetra a noite na terra,rompe em germinação dos quereresse abre pétala a pétalano sonho do beija-flor.
Vráaa
Um filete de rio ácido escorria adoecendo as margens do entre-tato do entre-ser da epiderme com o mundo. A pele feito pétala escaldada no deserto se esquecia do que era, desbotava como nuvem. Mas... Moinhos de palavras e atos infecundam quando lutam contra a graça e a coragem, e infortúnios não perduram onde o pólen... Continuar Lendo →
Fractal
Repara que no respiro entre a noite e o dia no fechar e abrir da piscadela um rastro de universo se revela uma vida se recria. Pequena gota de orvalho deslizando na tez da manhã com um propósito a escorrer na vazia pauta tecelã, sou eu, é você. Sábio é ver com o sentido o... Continuar Lendo →
Quem mata a mata, queimada
A mata que incendeia o descaso, o violar da cadeia, a fumaça, o pesaroso alastro de uma ganância parasitária do sorver sem corresponder a fertilidade da água do subtrair sem respeito a pluralidade da terra. A mata violada pela ganância a fumaça pesarosa da preponderância o alastro do sorver da terra por subtrair no descaso... Continuar Lendo →
Café ao Mar
Um par de botas cansadas que desgaste completamente o solado até os pés ganharem a textura da areia e despidos possam dançar na borda de espuma que mareia. Melhor que bem calçado é bem amado. Melhor que a resistência aos desertos, a graça pareada de seguir pelas águas. O só por mais que estruturado não... Continuar Lendo →
Hibisco em Aquarela
Azulava o dia como borda de pétala orvalhado de renascimento, tamanha chuva e tempestade trepidada sobre a textura do casulo da lagarta, como mantinha pendurada o sopro de nova realidade? A força brutalmente delicada enovelara na minúcia da paciência resistiu a cada tempo em sinuosidade Abrir mão de velhas estruturas do rastejo lento, tornar-se nua.... Continuar Lendo →
Imperfeição
Carambolas estreladas, sinos, perfeições, no para sempre garantido de era uma vez inventado algum perdura ao coração. Bom é o que toca em verdade, o equilibrismo das imperfeições, o contato, a coragem de dois que sustentam a dança por ser ali onde mora a vontade (e a verdade). O sol nasce na janela da aorta... Continuar Lendo →
Para Curar
Perdão é um pote de remédiopara uso prolongado,nada de gotas, colheradas.Digestivo. Alcalinizante.Laxativo. Calmante.Serve para tudo,sem efeito colateral.Camomila na ferida mais profunda.Arnica para o coração.Uma plantação de novas sementes na mente,a curar a leitura enviesada.Rico assim, é filho de duas rimas simples,mas nada pobres:aceitaçãogratidão.
Versos de Isolamento – 2
Areia e vento na aspereza da matéria,pulsando a aorta, roçando a pele.Feito semente nas transições da terra:do difícil a beleza brota,por caminhos invisíveis a água jorra.Entre o quente e o frioa existência nada morna.Feito cacto no deserto que ainda assim floresce,segue acesa a chama:a minha, a tua, a nossa.
Essência
Pano algum cobreo que dá tatoao que significa a vida.Dor alguma encobreo amor impresso na pele.Quando o frio descostura laçosainda há memória e célula.Rico é ser sol nascentena morada do outroque enluarado bordao renascimento da matéria.
Do que deserta
Lançou-se à água em tiro insensato de quem quer ir de uma borda à outra no mais rápido traço e desconsidera que no meio do trajeto quando não há garantias a mente libera tubarões e baleias contra si mesmo. Turvo de espuma e medo no redemoinho escuro do peito brigava com a água. Ah,... Continuar Lendo →
Sem tato
Acontece da sombra de quem se amou acordar com os pés enroscados, sentar no sofá de manhã, tecer uma prosa silenciosa entre goles de café. Não era para acontecer, mas acontece. Entra por brechas, por rastros, por lacunas não preenchidas de alguma falta de verdade, alguma incoerência nada modesta, ou mesmo de uma mentira muito... Continuar Lendo →
Do essencial
Tecituras de areia são beiras de espuma: desmancham, se rearrumam. Onde começa e como findam, muito pouco interessa. De água é o que penetra e fecunda desmargeando na nudez da vida. Interessa então o que esparrama, que por engrandecer é livre, par de asas assincopado na escritura uníssona que costura o existir entre o céu... Continuar Lendo →
Pequenas epifanias em acordes 3
Um balanço de mar liga a noite e o dia em que a melodia descansa na entrega de que no por vir o sol sempre canta.
Pequenas epifanias em acordes 2
Derrama nota a nota no paralelo das cordas os acordes que acordam o arco entre o sentido e o toque a transpor a uma vibração maior o que harmoniza e retonaliza a vida. Viver é uma canção.
Leito de entrega
O que enche se esvazia, o que se esvazia se recria. Nenhum calço de paralelepípedo toca a magia de viver como um rio. Nenhum molde de domínio cerca ou seca a força do canto em realinho. Aos desvios, a entrega a dança com o universo. À mutação um brinde de estrelas entre os pés e... Continuar Lendo →
Abundamentos
A simplicidade que margeia vem da rega inesgotável polindo pedra, adoçando o leito. A existência, como rio, é um canto de infinitas vozes. Entre ser peixe e ser passarinho, escolho ser árvore na floresta.
Um
Seja como for Entre a luz e a sombra Navegamos no Tempo do Integrar em Reencontro.
Inteirezas
O nu de si é mar. Ondulação de sal e tempo guiada pelos braços do sentimento. Sol que aquece o horizonte não mareia, abraça o abraço da existência. Em ritmo, tudo que aprofunda desmargeia, o ego fica em vestes na areia enquanto o ser renasce sem fronteiras.
A Força
Um pouco de toda coisa, uma parte em partes encaixada como todo e uma gota de sol a escorrer pelo corpo: uma irrealidade real demais afixa, mutável, em metamorfoses maleáveis, malabarismo de cor sem som, onda de som sem cor: constante em parto, parte, bifurca, aprofunda, reintegra e torna a nascer, e torna a morrer... Continuar Lendo →
Quimera
O olho que tudo vê amadurece entre as guerras e o cansaço nas trincheiras inexatas na ilha do querer. Vai desarmado recolhendo os espinhos lançados os convertendo em unguento sagrado de um espaço de paz. Essa paz distante dos combates tantas vezes pela ferida embotada. Desabotoa a veste do sonho dourado quando de areia e... Continuar Lendo →
Com o mar no céu
Na exuberância da transitoriedade, a constância é a mutação lunando os sentidos com generosidade. Vê que gentil o que a vida abre toda vez que a brisa feito o mar passa, e não se tem como carregar núvens como pedras na mala. Uma estrela amanhece, uma lua desagua.
A segunda face
A vida tem uma face de mármore fria, dura, desbotada, com algumas ranhuras de faca e uma aspereza de gasta. Bancada de escolhas culinárias. O que se prepara, como se tempera, o que se descarta, azedo, amargo, salgado. A vida dispõe uma segunda face a desprender-se desobediente da pedra. Doce, picante, ousada, remexe com liberdade... Continuar Lendo →
Renascimento
A noite que apaga os contornos e enreda turva perspectiva finda. Porque é da noite assim como antes do dia, o fim. Reerguem sonhos de nuvem macia com borda dourada pelo céu do não vivido na maciez matutina. A vida tem mansidão de cultivo infinito coberto de orvalho de esperança, dedos delicados de moça, pés... Continuar Lendo →
Guarda o Sol
Sabe que a noite trama em linha de prata a chuva fina, todo vento de desalinho despropositado se mostra espinho. Há mesmo uma vastidão que canta a liberdade do carinho, a condensação da alegria. Vê com mais verdade o que o abraço guarda da chuva. Olha com claridade o sol que não apaga na curva.
Torácica
Dor é espinha de peixe cruzada no peito, indigestão. Farpa no tato da retina, toxina. Reprise de memória não palatável, contra-degustação. Há quem se amordace, se envergue, cultive traça. Há quem se cale, rumine, erga muralhas. Mas há os que se despem, enfrentam deixando a dor doer até que sare e seguem libertos, com o... Continuar Lendo →
Entre o um e o dois
O que é um, e o que é um em um dois, sem borda, sem guarda, sem quimera, entrega sem névoa do permitir-se tocar sendo tocado? O que são dois, e o que é do dois para o um, a liberdade honesta do afeto, do tato pelo sentir unificado, concretizado? - Coragem.
Nu Natural
Faltava falar dos sentidos, da sensualidade do umbigo, do dedilhado nas costas, da chama entre barrigas, do peito esparramado, acolhido, das pernas trançadas, embaralhadas, do som respirado, impautável, de estar fundido. Dar voz a naturalidade do tocar sendo tocado tendo os olhos despidos. De resto, em meio a noite ensolarada, nada mais faltaria.