Brilha na tinta da retinao que preenche de graçaao abrir do caminho.Conspirações do sagrado,porta de casa para o sentido,rendado laço curativo,rosário.Os passos que me trouxeramem contas circularesda escuridão me desviaram;Chegam etéreas mãos dadasno acordo da coragem.Ver com o coraçãoé como ouvir de olhos fechados:mar ao inegável.
Azulare
Mar ao fundo, maréliberta, transformadada densidade do obscuroà suavidade abertado horizonte limpo. Água grande navegafarto céu de entrega,alto vai quem se enxerga,e se enxergando sabenem grande, nem pequeno,médio ao exatode beleza e imperfeiçõesinteiroao vôo profundo de encaixe.
Rito de Ser
Do vento, da brisa, de terra, de rio,em gota que transborda,em folha que derrama,no sopro escuro do úterona pele que o sol arde e tocaacontecer é o natural. Todo sercomo miniatura de mundocostura um vale entre montanhastranspõe o canto dos pássarosbrota água nova em passagemé barro, é florada, é som de árvore, é cristal.
Receitas SOS 1
Se por lonjura de tempoa palavra é silenciada,logo se torna surda a percepção.Se por distração da distânciaos olhos cansam de procurar a mensagem,logo o inverno cala as pontes do tato.Então pega cada sentimento entaladoe cuida para que não se tornem pedra,coloque no verão dos expressos;se preciso for: gargareje o coração com canela.